terça-feira, 3 de abril de 2012

Dia de merda.


"Por que há tão poucas pessoas interessantes? Em milhões, por que não há algumas? Devemos continuar a viver com esta espécie insípida e tediosa? O problema é que tenho de continuar a me relacionar com eles. Isto é, se eu quiser que as luzes continuem acesas, se eu quiser consertar este computador, se eu quiser dar descarga na privada, comprar um pneu novo, arrancar um dente ou abrir a minha barriga, tenho que continuar a me relacionar. Preciso dos desgraçados para as menores necessidades, mesmo que eles me causem horror. E horror é uma gentileza."
                                                            Charles Bukowski

...............................................Velho Buk, me salve dessa gente......................................

 Eu estou escrevendo da padaria da esquina, fumando,tomando o meu café com leite sem açúcar e vendo o quanto a cidade é cheia de gente sem graça. Um povo que não sabe se fede ou cheira, morre ou mata, come ou cozinha. Sei lá. Eu gosto de prestar atenção na cara das pessoas, porque eu amo criar personalidades para elas, mas esse povo hoje só quer confirmar a merda que vai ser o meu dia.
 O meu vizinho do apartamento ao lado resolveu fazer uma festa daquelas que vão até às 3 da manhã. Rolou muito funk, muito vai cachorra e fica de quatro novinha. Morri. Não consegui dormir. Eles nem levaram em consideração que tem gente que trabalha no outro dia. Agora estou com olheiras enormes e a minha rinite resolveu atacar com tudo, acho que devo começar a me preocupar com o caos externo também.
 Hoje faz um mês que o Marcos se enfiou no avião. Ele me ligou ontem dizendo que já já estaria aqui e que comprou muitas lembrancinhas e me perguntou se ando tirando fotos com a câmera que ele me deu de presente de aniversário. Respondi que estou ocupada escrevendo sobre a minha vida para os outros e que não vejo a hora de vê-lo logo. Ficou feliz pra caramba e eu também. Acho que Marcos ficará feliz com essa minha de levar a analise à sério, ele sempre me disse que isso era necessário.
 E as pessoas dessa padaria só pioram. Eu sempre sento na parte externa aonde ficam os fumantes e os que não querem conversar com ninguém, ou seja, as pessoas passam na calçada olhando para a minha cara acabada de quem não dormiu. Deve ser deveras divertido, né? Mal eles imaginam que a cara de bunda deles é bem pior.
 TPM.
 Eu agora preciso trabalhar, preciso escrever para mulheres que não se libertaram do passado, não conheceram a vida de mulher no século 21. Triste, mas eu preciso de grana.


Nenhum comentário:

Postar um comentário