Olá, Drª Claudia, resolvi que aquilo que conversamos ontem pelo telefone virasse um post. É que o jeito que eu falei sobre mim foi tão bom, mais tão bom que me surpreendi.
Leia:
-Como está sendo esse tempo aí no Rio, Anita? Li que você está tentando não fugir da situação e achei isso muito bom.
-Estou tentando? Não consegui fugir. Eu penso em desistir, penso em ir embora para o meu lar, me trancar no meu quarto junto com os meus "remédios". Eu ainda não sinto preparada para enfrentar a fera de frente.
-Quem é a fera?
- Minha mãe.
-Você não disse que não se importava com ela?
- Eu finjo o tempo todo não ser gente. Eu digo que não sinto, não odeio, não amo. Eu tenho dificuldade enorme em ser ser humano. É complicado. Dói, não gosto de sentir dor, ninguém gosta. Eu não sei se com as outras pessoas é assim e é isso que me dói mais. Será que sou estranha? Como vocês sobrevivem?
- Todos fingem, Anita.
- Fingem, mas não fogem. Eu já não sei para onde eu devo ir mais, porque agora tenho o Marcos para me segurar. Se eu pudesse, fugir desse país...
- Os problemas irão te acompanhar. Você sabe disso, sabe tanto que usa drogas. Fico feliz em saber que você parou com isso. Agora, você deveria beber menos e fumar menos também.
-Eu deveria fazer tanta coisa, mas não faço. Preciso dessas muletas, preciso muito delas...
Linda conversa.
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