sábado, 21 de abril de 2012

Nossa conversa virou post.

 Olá, Drª  Claudia, resolvi que aquilo que conversamos ontem pelo telefone virasse um post. É que o jeito que eu falei sobre mim foi tão bom, mais tão bom que me surpreendi.
 Leia:

-Como está sendo esse tempo aí no Rio, Anita? Li que você está tentando não fugir da situação e achei isso muito bom.


-Estou tentando? Não consegui fugir. Eu penso em desistir, penso em ir embora para o meu lar, me trancar no meu quarto junto com os meus "remédios". Eu ainda não sinto preparada para enfrentar a fera de frente.


-Quem é a fera?


- Minha mãe.


-Você não disse que não se importava com ela?


- Eu finjo o tempo todo não ser gente. Eu digo que não sinto, não odeio, não amo. Eu tenho dificuldade enorme em ser ser humano. É complicado. Dói, não gosto de sentir dor, ninguém gosta. Eu não sei se com as outras pessoas é assim e é isso que me dói mais. Será que sou estranha? Como vocês sobrevivem?


- Todos fingem, Anita.


- Fingem, mas não fogem. Eu já não sei para onde eu devo ir mais, porque agora tenho o Marcos para me segurar. Se eu pudesse, fugir desse país...


- Os problemas irão te acompanhar. Você sabe disso, sabe tanto que usa drogas. Fico feliz em saber que você parou com isso. Agora, você deveria beber menos e fumar menos também.


-Eu deveria fazer tanta coisa, mas não faço. Preciso dessas muletas, preciso muito delas...


Linda conversa.



Nenhum comentário:

Postar um comentário